Red perdiz

02-05-2012 04:17

PERDIZ VERMELHA

Nome vulgar: Perdiz-vermelha, Perdiz-comum
Nome científico: Alectoris rufa

 

Excelente andarilha, a perdiz é uma ave de tamanho médio (rondando os 35 a 40 cm de comprimento), com os flancos caracteristicamente estriados de castanho e branco, uma
linha preta contornando o branco das faces e descendo até ao peito, onde forma um colar negro. Deste partem estrias da mesma cor que salpicam o cinzento do peito.
As costas e a parte superior da cabeça são num quente tom de castanho, o bico e as patas vermelhos.
Apesar de não ser fácil a distinção entre o macho e a fêmea, as perdizes possuem no entanto algumas características que, em observação simultânea, permitem a distinção dos
sexos com relativa segurança.
Normalmente o macho é maior e mais pesado do que a fêmea (peso médio dos machos: 483 gr peso médio das fêmeas: 395 gr);
Regra geral, a cabeça dos machos é mais volumosa do que a das fêmeas.
Os machos apresentam tarsos mais compridos e grossos, esporões com base larga e
extremidade arredondada, enquanto que as fêmeas têm os tarsos mais curtos e delgados e,quando apresentam esporões, estes têm a base estreita e são bicudos.

 


A distinção entre animais adultos e juvenis (menos de 1 ano) pode fazer-se pela observação das rémiges primárias as dez penas da extremidade da asa.
O juvenil inicia a muda no primeiro mês de vida, a qual se prolonga até Outubro e Novembro -mas não há substituição das duas últimas remiges. Estas duas penas são pontiagudas e podem apresentar uma pequena pinta branca na extremidade.
O adulto inicia a muda de todas as rémiges primárias duas ou três semanas antes do juvenil, as duas últimas penas, quer no caso de ainda não terem sido mudadas quer no caso de já serem novas, têm a extremidade arredondada.

 


Habitat e Alimentação

É uma ave que prefere especialmente as zonas de culturas cerealíferas, mas também se pode encontrar na periferia das áreas incultas ou matos, por vezes também em vinhas.
A alimentação, essencialmente insectívora no primeiro mês de vida, evolui radicalmente por forma a englobar produtos de origem quase só vegetal: grãos (trigo, cevada, aveia),bolota e também folhas, rebentos, bagas, flores e raízes de uma grande variedade de plantas espontâneas.

Comportamento e Reprodução

O acasalamento destas aves começa geralmente em Janeiro e Fevereiro no sul do país, Fevereiro e Março no norte, podendo haver alterações conforme as condições atmosféricas;
fazem o ninho geralmente no chão, com o fundo simplesmente coberto de plantas secas,
junto a tufos de ervas, debaixo de ramos secos ou mesmo junto a linhas de água ou caminhos.A postura dos ovos faz-se durante os meses de Março a Abril no sul e de Abril a Maio no norte, o número de ovos de cada ninho é variável, desde os 8 aos 23, com um valor médio de 12 ovos; a incubação, que começa depois da postura do último ovo, dura cerca de 23 dias. E conhecida a construção de um segundo ninho - provavelmente quando acontece a destruição do primeiro - o qual pode por vezes ser incubado pelo macho.
As eclosões começam no fim de Maio e Junho, havendo um máximo na primeira quinzena
de Junho no sul e nos finais do mês no norte; os perdigotos logo que nascem abandonam
o ninho (espécie nidífuga), mostrando uma notável vivacidade ao seguirem os adultos na
procura de alimentos.
Durante o Verão e até à nova época de acasalamento as perdizes deslocam-se em bandos.

0 Ordenamento da espécie

Numa população bem gerida, por cada ninho de perdiz, chegam em média à idade adulta
5 perdigotos para se atingir este número há que seguir certas regras, tais como:
Pôr à disposição da perdiz alimento, água e abrigo.
Cuidar da maneira como são feitas as ceifas.
Evitar o abuso de pesticidas.
Vigiar cuidadosamente os rebanhos e as varas. tendo em especial atenção aos cães de pastor.
Evitar o excesso de predadores o que não significa a sua eliminação mas sim o seu controle.
Evitar a deambulação de cães e gatos vadios que constituem as maiores populações de
predadores em Portugal.
Para o nível da população ser mantido, não pode abater-se anualmente mais do que 50% dos efectivos.


A perdiz-vermelha ou perdiz-comum pode confundir-se com a perdiz-cinzenta ou charrela(Perdìx perdix). Esta espécie, que pode ainda ser encontrada no norte do país, é muito rara em Portugal, sendo por isso mesmo protegida; importa ao caçador conhecê-la para não a abater.
Um pouco mais pequena do que a perdiz-vermelha, a charrela distingue-se desta pelas suas faces cor de ferrugem, o pescoço cinzento e as patas amareladas; o macho apresenta no peito uma mancha castanha em forma de ferradura.

 

FAISÃO

Nome vulgar: Faisão
Nome científico: Phasianus colchícus

 

Ave rara em Portugal, os efectivos existentes provêm de introduções.
O macho distingue-se facilmente da fêmea devido ao seu maior porte e à sua plumagem
extremamente colorida.
Sendo de criação fácil em cativeiro, é por isso muito usado nos campos de treino de caça.

Habitat e Alimentação

O seu habitat é essencialmente constituído por campos de cereais orlados por bosques de
folhosas, encontrando poucas condições naturais para sobreviver, no estado selvagem, em
Portugal.
Tem uma alimentação variada, que engloba frutos secos e carnudos, rebentos, insectos e
vermes.

 


ROLA-COMUM

Nome vulgar: Rola-comum
Nome científico : Streptopelia turtur

 

Ave da mesma família dos pombos, distingue-se destes por ser mais pequena (28 cm de comprimento) e de silhueta mais esbelta; em voo nota-se o batimento de asas mais irregular e a cauda negra com barra terminal branca.
É uma ave migradora que, invernando no continente africano, vem nidificar à Europa; a sua entrada dá-se a partir do mês de Abril e chega até ao sul da Escócia e ao norte da Alemanha.
De fins de Junho a fins de Setembro, e mesmo princípios de Outubro parte para a sua área de Inverno, na Africa tropical (Gâmbia, Senegal, norte da Nigéria, Chade, Sudão, Abissínia e Eritreia), registando-se as grandes entradas nestes países em meados de Setembro.

Habitat e Alimentação

É uma espécie que prefere matas densas alternando com campos abertos (searas e pastos).
É uma ave granívora e a sua alimentação baseia-se em sementes de plantas espontâneas cereais, e de plantas de cultivo (girassol, tremocilha, etc.), mas também come insectos, embora em pequena percentagem.

Comportamento e Reprodução

As rolas são normalmente vistas aos pares ou em grupos muito pequenos. são aves tímidas mas que se fazem ouvir de forma notável na época de acasalamento.
Os primeiros ninhos são feitos em Maio mas encontram-se ninhos com ovos ou juvenis mesmo em princípios de Agosto são construídos rudimentarmente com gravetos entrecruzados em árvores várias e também em silvados, tojos e arbustos diversos. A postura é de dois ovos raramente um; a incubação é feita por ambos os sexos e dura 13 a 14 dias.

Ordenamento da espécie

A rola é uma espécie cujos efectivos variam de acordo com os fluxos de migração e taxas de sobrevivência pós e pré-nupcial, pelo que existem os chamados "anos bons e maus de rolas".
No entanto dado ser uma espécie considerada vulnerável, interessa realçar alguns aspectos no âmbito do seu ordenamento que possam contribuir para a sua conservação, nomeadamente: o período venatório deve respeitar a última fase de reprodução desta espécie.
Não se deve caçar nos bebedouros e pontos de água, assim como se deve respeitar uma
faixa de protecção de pelo menos 100 metros.
As culturas atractivas, comedouros e outros dispositivos que visem concentrar rolas com fins venatórios são desaconselháveis, dado contribuírem para um abate excessivo para além de terem consequências na sua estrutura populacional, nomeadamente a relação
adultos/juvenis em desfavor destes.
Manutenção e criação de sebes vivas com estrato arbóreo e arbustivo bem desenvolvido
(incremento dos habitats preferenciais de nidificação).

 


CODORNIZ
Nome vulgar: Codorniz
Nome científico: Coturnix coturnix

 

Com cerca de 18 cM de comprimento, a codorniz é o mais pequeno galináceo europeu, sendo bastante parecida com um perdigoto. A cor geral de ambos os sexos é a parda, com o dorso e flancos listados. O macho apresenta a garganta com riscas negras, enquanto que a fêmea a tem amarelada, sem riscas,e apresenta o peito muito manchado.É uma ave muito difícil de ser vista, levantando com bastante dificuldade, num voo curto e baixo; na realidade, o contacto mais vulgar com a codorniz é o auditivo; o seu canto, que se pode ouvir quer de dia quer de noite, é bastante característico e invulgarmente forte para uma ave tão pequena.
A codorniz é uma migradora parcial. O seu ciclo migratório é bastante complexo. Além de longos, médios e curtos migradores, há também indivíduos sub-sedentários. Em Portugal,
a chegada das primeiras vagas migratórias ocorre a partir de Março, com um máximo em
Abril/Maio, sendo que as vagas migratorias de Outono se iniciam em Agosto, sucedendo-se até Dezembro, com uma quebra em Novembro. No sul do país e nos Açores pode ser encontrada todo o ano.

Habitat e Alimentação

Campos cultivados, searas, pastos e mesmo espaços abertos em bosques, onde a espécie
disponha de recursos alimentares suficientes, aliás semelhantes aos da perdiz.

Comportamento e Reprodução

Nidifica no solo, em áreas bem providas de vegetação, geralmente campos de cereais, restolhos. etc.
O ninho não passa de uma ligeira depressão forrada com material vegetal; a criação ocorre
geralmente de meados de Maio a Junho, o número de ovos é em média de 10 e a incubação (levada a cabo só pela fêmea) dura entre 16 a 21 dias; os pintos começam a voar cedo e com 2 meses podem já migrar juntamente com os adultos.

O Ordenamento da espécie

A codorniz e uma espécie cinegética muito apreciada, existindo caçadores verdadeiramente
especializados na sua caça. Algumas práticas agrícolas, pastorícia, tratamentos fitossanitários e técnicas de cultivo condicionam a utilização do habitat e influenciam negativamente a distribuição das populações, para minimizar estes impactos:
Favoreça a diversidade do habitat tipo, implantando pequenas parcelas com culturas forrageiras destinadas à fauna ou pequenas áreas sem mecanização agrícola.
Use de cuidados especiais nas ceifas das colheitas, sendo preferível ceifar de dentro para fora ou realizá-la por faixas. É aconselhável a colocação de dispositivos na frente de tractores ou de ceifeiras mecânicas que afugentem os animais escondidos nas searas;se possível, realize os cortes a mais de 30 cm de altura.
Não abuse dos pesticidas e herbicidas, sendo aconselhável a utilização de produtos com baixa toxicidade para a fauna selvagem e deixe uma faixa exterior sem tratamento.
O tratamento dos terrenos marginais deve ser evitado.
Utilize menores densidades de sementes nas margens das parcelas a cultivar.
É desaconselhável realizar a queima dos restolhos. Caso o faça é preferível realizá-la
por faixas e não em círculos, a fim de possibilitar a fuga de animais.
Evite que os cães e os gatos vagueiem pelos campos.

 


PATOS

Os patos pertencem à família dos Anatídeos, a qual engloba ainda os cisnes, e os gansos
(o cisne-bravo, Cygnus cygnus, é excepcionalmente raro em Portugal, o ganso-bravo-comum,Anser anser visita-nos regularmente no Inverno e o ganso-de-faces-negras, Branta bernicla e o ganso-campestre, Ánser fabalis, são francamente acidentais).
Quanto aos patos propriamente ditos, é geralmente aceite uma divisão classificativa que
agrupa espécies com determinadas afinidades (morfológicas, ecológicas, de comportamento,
etc.). Em Portugal há representantes em quatro destes grupos: patos de superfície, patos mergulhadores, patos marinhos e patos-gansos.
O reconhecimento das aves destes grupos torna-se extremamente importante para os caçadores,pois apenas se podem caçar uma parte dos patos, as espécies do género Anas,que pertencem aos patos de superfície e de duas espécies do género Aythya, que pertencem aos patos mergulhadores.
Damos seguidamente algumas características muito genéricas dos quatro grupos, que ajudarão a identificação das espécies que são proibidas e das que se podem caçar.

PATOS DE SUPERFíCIE

A este grupo pertencem sete espécies, todas do género Anas, com as seguintes características

Tamanho pequeno a médio;
Pescoço e patas de tamanho médio;
Espelho alar geralmente com brilho metálico;
Dimorfismo sexual acentuado na maioria das espécies;
Alimentação à base de microorganismos em suspensão na água e plantas do fundo que arrancam colocando-se com o terço posterior (caudal) emerso;
Levantam voo quase na vertical.

PATOS MERGULHADORES

A este tipo pertencem seis espécies (duas acidentais), uma do género Netta e as restantes
do género Aythya. Têm as seguintes características:

Tamanho pequeno a médio;
Pescoço, asas e patas curtas;
Disformismo sexual variável conforme as espécies
Patinham na água antes de levantar voo;
Franja alar, branca ou pálida (não têm espelho alar);
A alimentação (moluscos, vermes e plantas) é obtida por mergulho; emerge praticamente no local onde imergiram 

PATOS MARINHOS

Compreende as espécies de verdadeiros patos marinhos,os do género Melanitto que praticamente só se encontram ao largo da costa marítima e os mergansos, do género Mergtts.
Têm as seguintes características:

Tamanho médio;
Coloração quase sempre escura;
Alimentação preferencialmente animal;
Mergulham para capturar os peixes de que se alimentam e emergem a alguns metros do local onde mergulharam.


PATOS-GANSOS

Compreende as espécies que apresentam semelhanças com os gansos; só há uma espécie
em Portugal incluída neste grupo, o pato-branco (Tadorna tadorna). Têm as seguintes características:
Tamanho médio a grande;
Pescoço e patas relativamente compridos;
Coloração chamativa e semelhante em ambos os sexos,
Espelho com reflexos metálicos.

Permanência ao longo do ano - migração

Com excepção do pato-real, cuja população é na sua maior parte sedentária (está presente
durante todo o ano e portanto cria no nosso país). e do marreco, que é fundamentalmente
um migrador de passagem (atravessa o nosso território no decurso das migrações), toda
as outras espécies portuguesas de patos são migradoras invernantes, isto é, passam o Inverno entre nós; quanto a estas últimas, e com algumas variações, a chegada das primeiras ave dá-se a partir dos fins de Setembro, fazendo-se o regresso às áreas de criação (Norte e Centro da Europa) a partir de Março.

Habitat e Alimentação

Todo o tipo de zonas húmidas (estuários, albufeiras, sapais, lagoas, etc.) e em princípio adequado, existindo no entanto preferências de espécie para espécie, frequentemente ligada a aspectos alimentares. Os patos marinhos estão associados à zona litoral.
A alimentação destes animais é muito variada. principalmente de origem vegetal no caso dos patos de superfície, patos mergulhadores e patos-gansos, e de origem animal no caso dos patos marinhos e mergulhões.
Algumas espécies recorrem a habitats terrestres para se alimentarem; um caso típico é o da piadeira, que pasta em terra, de modo semelhante aos gansos.

PATOS QUE SE PODEM CAÇAR

Nome vulgar: Pato-real
Nome científico : Anas platyrhynchos
Macho - dorso acinzentado, cabeça verde, peito castanho, partes inferiores claras, bico amarelo.
Fêmea - acastanhada, com bico alaranjado.
Ambos os sexos com espelho azul.

Nome vulgar: Frisada
Nome científico: Anas strepera
Macho - cor geral castanha acinzentada, espelho pequeno branco, orlado em cima por
negro e ruivo vivo.
Fêmea - espelho semelhante ao do macho mas com menos ruivo. Ventre branco.

Nome vulgar: Marrequinha
Nome científico: Anas crecca
Macho - muito pequeno, cabeça avermelhada com uma zona verde partindo do olho em
direcção à nuca, linha branca no flanco, espelho verde brilhante
Fêmea - muito pequena, aspecto geral acastanhado, espelho semelhante ao do macho.

Nome vulgar: Pato-trombeteiro
Nome científico: Anas clypeata
Macho - cabeça verde, peito branco, mancha castanha nos flancos e ventre, espelho verde brilhante.
Fêmea - cor geral parda, coberturas alares muito claras, espelho verde.
Ambos os sexos possuem bico espatulado, muito mais desenvolvido que nas outras espécies

Nome vulgar: Marreco
Nome científico: Anas querquedula
Macho - pequeno, cabeça avermelhada com sobrancelha branca, espelho verde.
Fêmea - pequena, semelhante à forma da marrequinha, mas com coberturas alares muito
claras e espelho verde.

Nome vulgar: Arrabio
Nome científico: Anas acuta
Macho - cabeça acastanhada, pescoço branco, dorso cinzento, uma rectriz (pena da cauda) bastante mais comprida que as outras, espelho verde bronze.
Fêmea - aspecto geral acastanhado, espelho menos chamativo que o do macho, penas
caudais mais compridas do que as das fêmeas das outras espécies
Ambos os sexos possuem o pescoço comparativamente mais longo e esbelto que o dos
outros patos.

Nome vulgar: Piadeira
Nome científico: Anas penelope
Macho - dorso cinzento, pescoço, cabeça e peito cor de tijolo- fronte amarela, espelho verde brilhante.
Fêmea - aspecto geral castanho tijolo, ventre branco, espelho semelhante ao do macho
mas mais apagado.

Nome vulgar: Zarro-comum
Nome científico: Aythya ferina
Macho - cabeça e pescoço castanho avermelhado. peito e corpo cinzentos.
Fêmea - acastanhada, com anel cinzento azulado à volta do bico.

Nome vulgar: Negrinha, Zarro-negrinha
Nome científico: Aythya fuligula
Macho - dorso negro e penacho na cabeça comprido e fino, também preto, flancos brancos.
Fêmea - acastanhada, com penacho no mesmo tom, muito pequeno.

 

GALINHA.D'AGUA

Nome vulgar: Galinha-d'água
Nome científico: Gallinula chloropus

 

A galinha-d'água é uma ave característica das zonas húmidas, com cerca de 32 cm de comprimento, viva e nervosa, de tom geral escuro e que apresenta alguns caracteres que permitem uma rápida identificação: bico vermelho (com a ponta amarela), placa frontal também vermelha, linha branca ao longo dos flancos e penas sub-caudais brancas facilmente visíveis quando nada ou anda; aliás, o modo de se movimentar e já por si identificativo: em cada avanço, a galinha-d'água inclina a cabeça para a frente e balança a cauda de cima para baixo.

Habitat e Alimentação

É muito comum em charcos, lagoas, zonas alagadas e cursos de água lentos, em que as margens ofereçam bom coberto vegetal; a alimentação, essencialmente vegetal - embora incluindo também invertebrados, e mesmo pequenos vertebrados - é obtida dentro e fora de água.

Comportamento e Reprodução

Estes animais, bastante esquivos e com uma actividade essencialmente crepuscular, são também pouco sociáveis e vêem-se geralmente isolados; durante os meses de Inverno,
no entanto, podem encontrar-se em pequenos grupos.

De uma forma geral, esta ave selecciona as zonas de vegetação mais densa para nidificar. Os ninhos, implantados quer ao nível da água quer muito perto da margem - construídos essencialmente pelos machos - são plataformas compostas por vegetação seca e detritos.
A incubação pode começar com o primeiro ovo, mas normalmente tem o seu início a meio
ou no fim da postura de 6 a 9 ovos; a eclosão do primeiro acontece passados 19 a 22 dias.

GALEIRÃO

Nome vulgar: Galeirão
Nome científico: Fulica atra

 

O galeirão é a única ave aquática com plumagem inteiramente negra,exceptuando uma barra alar branca só visível quando em voo. De tamanho semelhante ao de alguns patos(37 cm de comprimento),poderá por vezes ser confundido com estes, mas tem, no entanto, uma
silhueta mais maciça. Em relação à galinha-d'âgua é saliente o seu aspecto mais pesado e menos vivo;outra característica distintiva é a cor branca do bico e da placa frontal.
Um comportamento curioso aliás o mesmo acontece com a galinha-d'âgua é a forma como levantam voo: correm sobre a água batendo freneticamente as asas, alcançando assim a velocidade necessária para se elevarem.

Habitat e Alimentação

O galeirão prefere um tipo de habitat semelhante ao da galinha-d'água, embora um pouco
mais aberto, podendo mesmo encontrar-se na orla marítima em lagoas e enseadas tranquilas.
A alimentação destas aves é essencialmente constituída por vegetais (especialmente plantas
aquáticas submersas), mas também - embora em muito menor escala - por invertebrados,
pequenos vertebrados e ovos de outras aves.

Comportamento e Reprodução

Estas aves são notavelmente gregárias no Inverno, constituindo nesta época grandes
bandos, sendo então fáceis de distinguir, mesmo de muito longe, das galinhas-d'água que ou andam sós ou em grupos muito pequenos
Com a aproximação da época de reprodução esta sociabilidade desaparece e os galeirões
tornam-se combativos e mostram-se extremamente territoriais.
Nesta espécie, o ninho localiza-se geralmente em canaviais ou juncais; tipicamente em
forma de volumosa taça e não raras vezes flutuante, ambos os sexos contribuem para a sua construção, cabendo ao macho o transporte de grande parte do material enquanto a fêmea se encarrega da sua colocação.
A postura, que começa geralmente em meados de Março, consiste em cinco a dez ovos que são incubados por ambos os sexos durante 21 a 24 dias.